(Resenha) A Cor do Crime – Wenerson Marengão

Quer saber qual é a cor do crime? Eu te digo: é Rochinho. Assim mesmo, com “ch”. Em seu primeiro livro, ainda a ser lançado, Wenerson Marengão conta a história de um assassino de aluguel excêntrico e apaixonado e mostra que, em um mundo onde não se pode confiar em seus heróis, um assassino pode despertar a simpatia e até ganhar torcida por um final feliz.

Capa Livro A Cor do Crime Wenerson Marengão

A Cor do Crime é uma daquelas coisas maravilhosas que acontece quando a gente tem um blogue literário. Depois de ler a uma resenha que fiz a respeito de outro autor nacional, Wenerson Marengão me enviou uma cópia de seu livro. Meu único arrependimento foi não ter começado a leitura antes.

No livro, Marengão conta história de João Pedro Rochinho Ferreira. O trabalho de Rochinho é matar pessoas e ele usa sua influência dentro da Polícia para conseguir clientes e se livrar de problemas.

Era um trabalho simples até ele encontrar aquela pessoa a quem não conseguiu matar. Quando conheceu Carol, João Pedro foi movido por um sentimento que o impediu de executar seu trabalho pela primeira vez. Ele levou a moça consigo e, junto com ela, começou a construir uma nova vida, paralela àquela de assassino de aluguel.

Em seu livro, o autor nos apresenta uma Polícia Militar tomada pela corrupção, onde a ordem hierárquica do comando militar é suplantada pelas influências externas, tornando possível a um sargento mandar em um coronel porque conhece as pessoas certas. Mostra uma polícia sufocada, em que homens fortes não conseguem lutar contra o sistema. Quem tentou, ou desistiu e se conformou ou então foi morto.

Nesse ambiente de corrupção e moral ambígua, fica muito fácil sentir simpatia pelo assassino que, afinal, só está fazendo o trabalho dele. Ele não nutre nenhum tipo de ódio por suas vítimas. Seu único capricho durante o trabalho é conversar com as vítimas antes de executar o serviço.

Gostei na história:

João Pedro Rochinho Ferreira é um personagem muito rico. Cheio de manias e excentricidades, tem tudo pra se tornar um daqueles personagens que ficam na memória do leitor.

O autor não segue uma ordem cronológica direta. Avança e retrocede no tempo sem aviso prévio fazendo com que o leitor fique ligado na sua história.

Marengão foi muito feliz na forma em que apresentou as situações que acabam levando uma pessoa a contratar um assassino de aluguel. Não tentou justificar nada, não tentou explicar nada, apenas contou os fatos como – claro que de forma fictícia – eles acontecem.

O autor também soube muito bem explicar aquela sensação de abandono, de solidão, que uma pessoa sente quando descobre que está impotente diante de uma situação; que as únicas pessoas que pensou que pudessem ajudá-la, não irão fazê-lo; que suas únicas alternativas são aceitar as coisas como se apresentam, mesmo que seja contra a lei.

Não gostei na história:

As cenas escritas para Rochinho e Carol. O casal não convence em seus momentos de intimidade. Não tem química. É como se o autor forçasse uma barra pra eles parecerem perfeitos um para o outro. Mas não funciona.

De fato essa é uma deficiência que não é incomum entre autores homens. Existem grandes autores que não conseguem criar cenas de intimidade convincentes entre um casal, então eles simplesmente não tentam. É mais fácil e mais sábio.

Exemplos?

Stephen King, Carlos Ruiz Zafón e Dan Brown. Não lembro de ter lido qualquer livro de um desses autores em que se encontrasse um casal com uma química irresistível. Os casais existem, estão lá, a gente os conhece, mas os autores preferem relegar sua ação exclusivamente ao que tange à história, sem tentar criar momentos de intimidade desnecessários.

Ou alguém aí consegue pensar em algum casal memorável criado por um desses autores? Comentem e me contem, por favor.

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Há problemas de revisão normais em qualquer livro independente. Precisa dar uma acertada na narrativa que muda de estilo entre os eventos. Nada difícil nem que desmereça a história.

Para saber sobre o lançamento e mais sobre o autor, acompanhe o blogue do livro em http://cordocrime.blogspot.com.br/.

Querem saber o que é que toca no MP3 de um assassino??? Cliquem no vídeo abaixo e descubram a música que Rochinho ouve após cada serviço.

O Leitor Voraz Adverte

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